quinta-feira, 31 de março de 2016

Personalidade própria: tenha ou contrate um “assessor de imprensa”

Conforme dito no meu podcast, aqui está o texto mencionado. Entre parênteses e em vermelho são as respostas do professor. O "4" é a nota. Em azul e entre parênteses os meus comentários pós correção do professor. Preto é o texto original.

Personalidade própria: tenha ou contrate um “assessor de imprensa”

Tenho de começar o texto de forma direta aos professores que lerão esse “artigo”, pois não consigo fingir impessoalidade por aqui. Me sinto moralmente proibido de usar uma linguagem “formal” cheia de regras aprendidas na faculdade como se isso daqui fosse ser publicado em algum jornal ou qualquer coisa do tipo. Escrevo para o meu público alvo: os dois professores. Por isso esse tom. Me responsabilizo se a desobediência custar alguma nota. (Arthur, acho que temos um começo de trabalho truncado....sim, vc “tem que começar o texto – 30 linhas – de forma direta pois foi solicitado um artigo. Foi solicitado para vc que escrevesse um artigo e não tinha público definido. O artigo é a TAREFA prevista para vc produzir. Sim, a desobediência sempre tem seu custo....) (É exatamente esse tipo de coisa que eu explorei no podcast. Essas regras vazias sem sentido algum. "Artigo sem público definido". Por quê? Por acaso estou falando pras paredes? Eu sei exatamente quem vai ler as minhas palavras: apenas dois professores. Por que eu vou fingir que sou um articulista, que estou escrevendo para uma revista ou jornal? Se eu escrevesse para uma revista ou jornal, talvez eu adotaria um estilo diferente, MAS jamais escreveria para um público não definido. Eu sei quem é e sei quem seria meu público, eu escreveria em tom direto.)
    Nas duas vezes em que cursei essa disciplina - a primeira vez há uns dois ou três anos  e a segunda agora - este trabalho foi proposto. (Arthur, estou na disciplina há 10 anos e nunca pedimos um ARTIGO com base e uma mesa redonda. Aliás, é o primeiro semestre, nos 10 anos, que juntamos dois profissionais em funções diferentes para esse tipo de atividade. O que sempre fizemos, e faremos, é a produção de um RELEASE, que eu imagino que vc já consiga diferenciar de um ARTIGO) (Mentira ou engano. Teve, sim, uma "mesa redonda" com um profissional da área e, se não me engano, ela trabalhava na área da agropecuária. Na ocasião a "mesa redonda" foi feita em sala de aula e, depois do intervalo, fomos para o laboratório de informática redigir o artigo opinativo. Eu escrevi basicamente as mesmas coisas que escrevi aqui nesse texto e tirei 8. Eu nunca fiz release, pois tranquei a cadeira dias depois devido aos trabalhos em grupo que fora proposto). Na outra ocasião também foi levada uma assessora de imprensa, mas não recordo de qual empresa. O tempo pode ser um bocado distante, entretanto as frases são as mesmas. As perguntas também. Por exemplo: “devemos ter uma relação boa com o cliente”. Isso é algo que precisa ser dito? Em alguma atividade devemos ter uma relação ruim com o cliente ou com quer que seja? “Qual o futuro da profissão?”. Há dez anos alguém diria que hoje teríamos o WhatsApp, Twitter, Facebook e que toda a atividade seria feita por meio disso? Não. Ninguém. Eu aposto todo meu patrimônio que ninguém nunca disse isso. Portanto, qual o sentido real dessa pergunta? (Onde começa mesmo o seu artigo?) (Já começou há tempos. Desculpe-me por não seguir as regrinhas impostas simplesmente por serem regras.)
    Outra que nunca some das discussões na faculdade: comparar a atividade jornalística com medicina, engenharia ou contabilidade. Já ouvi a frase “se querem algo fácil, saiam do curso de jornalismo e vão fazer engenharia, pois lá tudo é exato”. Um delírio completo. Dentro do universo da assessoria de imprensa os profissionais da área sempre entram nesse clichê. Hoje foi dito que o cliente não pode ver a matéria, assim como ele não realiza o exame no lugar do médico ou não pede o relatório para o contador. (Arthur, será que vc escutou o mesmo que os demais colegas? Foi dito que o cliente NUNCA deve pedir para ver a matéria do JORNALISTA que entrevistou ele na redação) (Sim, é exatamente contra essa afirmação que eu estou me opondo. O cliente nunca deve pedir para ver a matéria que o jornalista escreveu sobre ele. Por quê? O argumento usado por um dos dois convidados da mesa redonda foi que "quando vamos no médico, não pedimos para realizar o exame no lugar do médico" ou algo do tipo. E "quando declaramos o imposto com o contador, não pedimos para conferir se realmente está certo". Um absurdo.) Outro delírio. Se eu fizer o exame no lugar do médico, eu vou me matar. Se o cliente ler a matéria, nada vai acontecer. “Ah, mas isso desvaloriza a profissão”. A profissão já é desvalorizada pelo fato de o cliente sentir-se livre para pedir ou sugerir ler a matéria, algo nunca ocorrido na história da Medicina.
    O assessor de imprensa é um refém do pensamento predominante na sociedade. (Profundo isso, mas – desculpe – não entendi!!!) (O assessor de imprensa tem que se curvar ao que é aceito predominantemente pela sociedade. Como o objetivo dele é alavancar a imagem do cliente/empresa, ele está preso ao que as pessoas aceitam ou não aceitam. A imagem do cliente/empresa é o que as pessoas pensam sobre ele. Se o assunto do momento é o "ambientalismo", o assessor de imprensa será obrigado a guiar a empresa a fazer ações que estejam de acordo com isso mesmo que os seus diretores e funcionários por ventura possam acreditar que o aquecimento global não existe. Se o assunto do momento for o feminismo, o assessor de imprensa vai guiar o seu cliente a divulgar textos, ações, eventos e opiniões favoráveis a essa iedologia, mesmo que os diretores e funcionários da empresa não concordem com ela. O assessor de imprensa é um refém do discurso politicamente correto do momento e suas ações e palavras sempre serão direcionadas nessa direção por mais que não faça sentido defender tais causas.) Não interessa o que é certo, errado, verdadeiro ou falso. Interessa é o quê é aceito pelas pessoas (Pessoa? Quem? O editor dele?) (Pelo público que define a imagem do cliente ou da empresa assessorada.) . E o politicamente correto é a base do comportamento humano hoje. Assim, esses pensamentos devem ser aproveitados pelas empresas - via assessor de imprensa - para criar uma “boa imagem”. Feminismo, eco-responsabilidade, ambientalismo, vitimismo de negros, índios, gays e outras “minorias” são os norteadores disso tudo. E esse é outro ponto importante: toda vez que uma empresa realiza alguma ação planejada pelos assessores de imprensa visando a “boa imagem” da marca, ela não está realmente se importando com aquela causa (Todo pensamento absoluto é arriscado. Isso significa que não existe empresa que tenha boas práticas?) (A frase "todo pensamento absoluto é arriscado" também é um 'pensamento absoluto'. Seguindo: sim, não existem empresas que tenham boas práticas. Existem empresas que querem lucro. O assunto do momento é feminismo? Vamos realizar ações, divulgar textos e nos posicionarmos em favor disso para agradar as massas e não perder reputação nem manchar a nossa imagem.  Assim, não teremos prejuízos. Toda ação de uma empresa é um meio para ter lucro. Por exemplo: uma loja de roupas passa a adotar modelos plus size nas suas campanhas e a afirmar que padrão de beleza não existe e que 'todas as mulheres são bonitas'. A empresa realmente ACREDITA nisso ou está usando do assunto politicamente correto do momento para não perder clientes e ter uma imagem ruim? Outro exemplo: uma empresa de roupas que só usa modelos tradicionais nos seus comerciais e é atacada nas redes sociais por politicamente corretos ameaçando boicotar a marca caso ela continue assim, acusando-a de 'preconceito'. A ação do assessor de imprensa nesse caso é lançar um texto e planejar campanhas que se curvem ao pensamento dessas pessoas. O assessor de imprensa é um refém da minoria barulhenta); ela está - única e exclusivamente, se preocupando com a imagem da marca. Se as causas na moda fossem outras (com as mesmas pressões sociais), as empresas estariam aderindo a essas outras causas. Portanto, o papel do assessor de imprensa é tirar qualquer personalidade (????) (Por exemplo: uma marca que seja destinada ao homem e que valorize a masculinidade. Suas campanhas, textos e redes sociais são todas voltadas ao mundo masculino tradicional: violência, peitos, bunda, futebol e piadas ignorantes. Coisas que o homem tradicional se identifica. Essa é uma personalidade forte, real e sincera. A partir do momento em que essa marca começa a ser atacada pelo movimento politicamente correto por 'não dar espaço para as mulheres', 'usar o corpo da mulher como objeto sexual', 'fazer piadas ofensivas' ou QUALQUER BOBAGEM do tipo, o assessor de imprensa desse cliente será OBRIGADO a se curvar a essas opiniões e passar a moldar a personalidade da empresa para a personalidade que essa minoria histérica e barulhenta quer).   que porventura a empresa possa ter fazendo campanhas politicamente corretas e passar a mão por cima dos histéricos militantes sociais que, se forem contrariados, boicotarão a marca.

(Aqui acabam as 30 linhas solicitadas) (Da próxima vez que eu estiver ouvindo Master of Puppets, do Metallica, eu vou parar de ouvir no meio do solo, aos cinco minutos, e dizer "aqui acabam os cinco minutos imposto pela gravadora". Vou ignorar toda a criatividade do Kirk que estava a todo vapor naquele momento por causa de uma regra estúpida e sem sentido. Aqui vai outro assunto que mencionei no podcast: 2016 não existe mais regra de texto. Nós não vivemos no mundo do papel onde temos que respeitar espaços e limites. Não posso privar o meu cérebro de mandar meus dedos escreverem loucamente porque decidiram sem reflexão alguma que "são 30 linhas e acabou". Enquanto eu tiver coisa na minha mente, eu vou escrever. Isso vale, também, para a regra de "no mínimo tantas linhas". Se o cara é capaz de expressar a opinião dele em MEIA PALAVRA, isso é incrível.)


Pode parecer fácil defender essas causas, mas a mente dos politicamente corretos é desprovida de lógica (Alguns amigos meus, politicamente corretos, adorariam ler isso!!) (E então? Eles não conseguiriam conviver em um mundo divergente? Todos têm de ser exatamente igual? Assim como eles acham que a mente do politicamente incorreto é racista, homofóbica, misógina e ofende pessoas, eu acho que a mente deles é desprovida de lógica. O mundo é livre). É tudo na base da emoção. Por exemplo: a última campanha do Internacional no dia internacional das mulheres. A frase “mesmo depois de tantos títulos, a maior conquista delas continua sendo a nossa admiração” foi uma tentativa de aderir ao pensamento politicamente correto e clichê, mas caiu nas garras da histeria coletiva e acabou a prejudicar a imagem. É extremamente ilógico as mulheres brigarem anos a fio para entrar no mundo do futebol, reclamando mais espaço nas arquibancadas, na imprensa esportiva e mais atenção dos clubes e, quando isso acontece, elas se incomodarem mesmo assim. Elas pediram a atenção, a “admiração” no mundo do futebol por muito tempo. Mundo onde elas eram invisíveis, desprezíveis. O clube, querendo dizer “vocês lutaram tanto tempo parar entrar no mundo do futebol e conseguiram, essa é a maior conquista de vocês para mim, que sou um clube de futebol e só posso avaliar alguém dentro desse universo”. (Mas a gente não estava falando sobre assessores e empresas? De onde tiramos as mulheres??) (Foi mencionado pelos dois assessores de imprensa da mesa redonda esse assunto e os assessores do Inter foram criticados por deixar passar essa campanha. Não era pra fazer um artigo baseado nos assuntos comentados nessa mesa redonda??)Também cabe dizer que palavras, no fim das contas, não significam nada. Se você se ofende ou se incomoda com palavras, é muito provável que os seus pais não poderiam ter tido filhos em primeiro lugar.
Do outro lado da moeda, longe de todo politicamente correto, causas, ações para “melhorar a imagem” da marca e preocupações exageradas, há um sujeito que ignorou todas essas regrinhas e está mostrando que uma boa personalidade dispensa assessores de imprensa: Donald Trump. Ninguém entende, ou finge entender, como ele está patrolando todas as primárias das eleições dos Estados Unidos e os debates presidenciais. É simples: ele não precisa de assessor de imprensa e é isso que o público quer. Alguém verdadeiro que não se importe com pressões sociais e histerias coletivas. Os outros candidatos - as outras “marcas” - parecem robôs repetindo cautelosamente tudo o que os assessores de imprensa mandaram falar. Nenhuma frase de efeito, nada impactante. Só frases mansas. Tudo calculado para não despertar a ira do público. (Mas a gente não estava falando sobre assessores e empresas? De onde tiramos as mulheres??) (Donald Trump não é mulher)
É lógico que entendo nenhuma empresa querer correr o risco de ter personalidade própria, pois algumas nem a tem e são obrigadas a recorrerem aos assessores e publicitários para criá-la (Oi??) (Normalmente quando alguém cria uma empresa, essa pessoa contrata um time de assessores e publicitários para ajudar a definir a personalidade da marca/cliente/empresa Como essa trupe toda está refém do assunto politicamente correto do momento, a personalidade da marca/cliente/empresa será algo voltado a esses assuntos.) O problema é que personalidade não se cria. Quando se tenta criar, cai no clichê. E o clichê é o politicamente correto, o pensamento dominante.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Como se apresentar numa entrevista de emprego?

Estar vivo é um sacrifício. A não ser que você seja um gênio que saiba manejar dinheiro de uma forma que consiga sobreviver sem sair de casa ou se esforçar o mínimo possível, viver passa diretamente por achar um trabalho. Isso mesmo. O simples fato de você existir significa que, por grande parte da sua vida, as coisas serão assim: oito ou mais horas trancafiado em algum escritório ou em alguma loja para receber papéis retangulares no final do mês. O que possibilitará você a trocá-los por alimento em um lugar chamado "mercado" - onde mais outras pessoas ficam trancafiadas em pequenos espaços sofrendo por oito ou mais horas - para que, vejam que loucura, você possa continuar trancafiado oito ou mais horas naquele mesmo escritório.

Se você for burro como eu e não tiver qualificações, sobrará aquelas vagas que ninguém quer. Se você tiver alguma qualificação, ficará oito ou mais horas trancafiado em algum lugar um pouco melhor e ganhará alguns papéis a mais. Você me pergunta: como eu consigo qualificação? É muito simples: você passa mais ou menos 25 anos trancafiado em "salas de aula". Salas de aula são lugares onde eles adestram você a ficar horas a fio sentado atrás de uma mesa sem reclamar recebendo ordem. Se você reclamar, vão dizer que você tem algum tipo de distúrbio mental e vão forçar você a tomar pílulas que o farão agir de acordo com a engrenagem. Esse processo engloba creche, escola, faculdade e pós. Ao longo de toda essa insanidade você também faz alguns cursos paralelos para ser "melhor" do que os outros. E agora a loucura maior: para obter essas qualificações você deve desembolsar grandes quantidades daqueles papéis. Ou seja, você gasta a vida inteira papéis - eles chamam de "dinheiro" - para, depois, ganhar esses mesmos papéis e morrer cheio de papéis. A existência é maravilhosa, não é mesmo?

Eu, como você, "caro leitor" - usei esse termo ridículo para tentar me adequar aos clichês textuais jornalísticos e forjar alguma intenção que eu não tenho e obter aprovação - sou um desses sem ou com pouca qualificação. O que me faz ter de procurar vagas de empregos para pessoas que não têm talento. E é aí que nós chegamos ao título desse texto: como se apresentar numa entrevista de emprego? Antes de responder essa pergunta, deixe-me contar uma pequena história.

Recentemente eu mudei de cidade. Tinha uma quantidade razoável de papel guardado, o que me garante dois ou três meses de comida na mesa, contas pagas e aluguel pago na nova cidade. Mal cheguei na cidade e já fui à procura de algum lugar para ficar trancafiado por oito ou mais horas e receber os sagrados papéis no final do "mês". Não é absurdo como nós inventamos conceitos do nada? Nós fingimos que existem "dias", "meses", "horas" e "anos". Quando, na verdade, é tudo uma coisa só. É apenas uma enorme pedra girando em torno de uma bola de fogo no meio da escuridão. Nada além disso. Desculpem o desvio de caminho, vamos voltar ao assunto. Me candidatei em diversas vagas para pessoas sem qualificação. A maioria dos currículos que enviei foram para lojas de roupas para trabalhar como vendedor. Fui chamado para uma entrevista.

Cheguei no lugar com trinta minutos de antecedência. Um prédio bonito de alto luxo num dos bairros mais caros da cidade. Lá tinham diversas pessoas que ficavam trancafiadas naquele lugar que era um pouco melhor do que o comum. Eles tinham "qualificação". Fiquei trinta minutos sentado na belíssima e moderna sala de espera. Sofás confortáveis, uma televisão de última geração, uma mesa baixa de vidro com diversos jornais organizados em cima, parede marrom clara feita de algum material que imita madeira. O banheiro parecia de hotel, com acionamento da descarga automático e tudo. Depois de trinta minutos a "RH" da empresa apareceu. Sempre com aquele sorriso ridículo e falso, falando num tom como se tivesse conversando com crianças ou com um cachorro bonitinho que ela achou na praça. "Bom diaaa gente, vamos passar na salinha ao ladooo?".

Eu e mais uns dez candidatos nos dirigimos até a "salinha do lado". Uma sala grande com cadeiras de universidade encostadas contornando a parede (aquelas que tem uma mesinha embutida). Um grande projetor na mesa principal me fez concluir que teríamos "apresentações de slides". Depois de vários minutos a "RH" apareceu na "salinha do lado" e começou a falar sobre a empresa. "Objetivo", "missão", "história da empresa". Coisas que ninguém se importa. Todos que estão lá estão cagando para a empresa, para a missão dela e para os conceitos. Todos que estão lá só querem ganhar o papel no final do mês para comer, pagar as contas e esperar a morte em paz.

Depois da apresentação da empresa ela começou a passar slides sobre o "perfil do profissional". Eles estavam procurando por uma pessoa motivada, com espírito de liderança, criativa, comunicativa, pró ativa, que saiba trabalhar em grupo, inteligente, de preferência com um segundo idioma fluente, entre outras qualidades. Prontamente me levantei e fui em direção à porta, indo embora daquela sala. A RH questionou:

- Algum problema?

- Eu me candidatei para a vaga de vendedor, acho que entrei na sala errada. Essa aqui deve ser dos candidatos para a vaga de diretor.

Silêncio na sala. Alguém ri num canto.

É simples: com todas essas qualidades eu certamente não estaria naquela sala em busca de um emprego que ninguém mais quer que vai me pagar uma mixaria. Se eu tivesse todas essas qualidades, eu estaria trabalhando como CEO na Microsoft ou já teria criado a minha própria empresa. Se eu tivesse todas essas qualidades, eu não passaria boa parte do meu tempo de cueca, chinelos, sentado numa cadeira desconfortável, suando feito um porco, procurando emprego na internet. Não mesmo.

Você deve se perguntar: por que as coisas são assim? Por que as pessoas simplesmente não assumem a fragilidade de tudo na vida? Por que elas fingem não saber que quem está ali não tem qualquer qualificação, sobrou, foi deixado pra trás pela vida e agora busca uma mediocridade só para terminar de existir em paz? Digo "fingem não saber" porque elas sabem. E agora eu digo a resposta para o título desse texto: tudo na vida é aparência, demagogia e mentiras. Tudo. Como se apresentar numa entrevista de emprego? Minta. Minta que você é sensacional. Minta que você tem todas as qualidades - mesmo que, se você as tivesse, você não estaria atrás de emprego.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Diploma de jornalista 1

Por favor. Até quando vocês, estudantezinhos de jornalismo, ficarão compartilhando essa merda de notícia da volta da obrigatoriedade do diploma de jornalista? Vocês não percebem que compartilhando a notícia de forma histérica vocês deixam transparecer toda a insegurança de vocês em relação a qualidade do curso e da profissão?

O diploma ser obrigatório - ou não - não altera rigorosamente em nada a tua profissão. Simplesmente porque um dono de empresa jamais irá contratar um sujeito sem diploma pra trabalhar na empresa dele. Além disso, é um absurdo se exigir diploma para essa profissão. Não é como um médico ou advogado - como alguns tansos (professores, diretores e alunos) da faculdade de jornalismo cismam em afirmar. É um ato de arrogância impressionante achar que o jornalismo pode ser comparado a medicina ou engenharia. Jornalismo é arte, talento. Dom natural. É um ato de insanidade obrigar o diploma para um cara que nasceu para o jornalismo. 


Exigir diploma de jornalista é o mesmo que exigir diploma para jogador de futebol. Essa manifestação intensa de vocês só demonstra tudo o que eu penso sobre essa profissão e seus "estudantes". São todos medíocres e não se garantem. Querem que algo exterior afirme a qualidade das suas escolhas. Sim, porque o sujeito que está ciente da sua qualidade e do seu potencial está CAGANDO e andando se o diploma é obrigatório ou não. Parem com essa loucura, com esse exibicionismo barato. Estudem, concluam esse curso fraquíssimo e trabalhem. Pronto. Se surgir um indivíduo fora de série no planeta que seja capaz de trabalhar no jornalismo sem diploma, deixe ele trabalhar sem diploma. E caso ele não tenha essa qualidade toda que aparentemente ele tinha e, assim, cometa erros graves, sabe o que vai acontecer com ele? Será demitido e, se quiser continuar na profissão, vai ter de frequentar a faculdade. Tudo muito simples assim.

A obrigatoriedade do diploma para nós "estudantes" de jornalismo é inútil. No fim das contas, é só um mimo para massagear o ego dos inseguros que frequentam esse curso.

domingo, 24 de junho de 2012

Uma Odisséia no Espaço





Leiam: http://globoesporte.globo.com/rs/noticia/2012/06/flamenguistas-sao-agredidos-por-gremistas-em-porto-alegre.html


‎"- Quando o táxi estava no meio da Azenha, um torcedor do Grêmio percebeu que havia quatro torcedores do Flamengo no veículo e começou a dar socos e correr atrás do carro. O táxi foi cercado por cerca de 30 gremistas que quebraram os vidros, abriram as portas e agrediram todos que estavam dentro com chutes e socos."

Pelo amor de deus, isso é ou não é a reprodução exata da cena do filme Uma Odisseia no Espaço quando um grupo de macacos encontra outro num determinado território e começam a persegui-los histericamente?

E é bom deixar claro que não interessa a cor da pele de quem fez isso. São macacos de qualquer forma. Burros. Ignorantes. Imbecis. Fanáticos malucos. E aqui já cabe outra observação: tanto se fala que o fanatismo religioso é um grande problema, mas eu pergunto: quantas vezes vimos algo do tipo cometido por religiosos fanáticos? Nunca ou raramente. Em contrapartida, todo ano, todo fim de semana, todo jogo, assistimos esse tipo de coisa acontecendo e ninguém abre a boca pra criticar esses transloucados emocionais. Parece que torcedor de futebol é intocável. O fanatismo no futebol é glorificado e glamourizado.

E mais: o dono do táxi será ajudado de alguma forma? É claro que não. O instrumento com o qual ele leva comida para casa foi danificado por baderneiros de quinta categoria e ele terá de arrumá-lo por conta própria. Vai gastar um dinheiro que não estava previsto no orçamento familiar. Ele vai gastar dinheiro porque 30 macacos estúpidos não conseguem lidar com o fato de que outras pessoas torcem para outros times de futebol.

Enquanto o trabalhador levou um prejuízo, os torcedores estão livres. Soltos por aí para fazer isso no próximo fim de semana. Ninguém vai fazer nada. Não vai acontecer rigorosamente nada. Entretanto, na minha delegacia, esses rapazes seriam submetidos ao fuzilamento sumário. Morreriam no ato. Não existiriam, para nunca mais fazer isso. Essa é a punição. Agora, vai dizer isso pros sociólogos engravatados...




terça-feira, 29 de maio de 2012

Ninguém é obrigado a te aceitar


Isso mesmo. Ninguém é obrigado a aceitar ninguém. Vejam, por exemplo: as pessoas não vão muito com a minha cara por eu ser fechado e pouco sociável. Nunca fiz marcha por causa disso. Aliás, as pessoas têm todo o direito de não me aceitar, não gostar de mim e escolher não se relacionar comigo seja lá por qual motivo. E isso acontece frequentemente. Nunca fiz passeata por causa disso e nunca vou fazer. Eu sei que o mundo não é cor de rosa e que ninguém é obrigado a me aceitar.

Por que digo isso? Pois na "Marcha das Vadias" - onde há a maior aglomeração de feministas complexadas - uma das maiores preocupações delas é a questão da aceitação. É muito simples: elas querem dar para a cidade inteira sem que ninguém as jugue por isso. Vai mais: elas querem, claramente, decidir o que os homens devem gostar e valorizar. Puro controle. Não tá entendendo? Exemplifico: elas acham um absurdo que um homem recuse a namorar uma mulher por causa do seu vasto passado sexual. Só que isso não é absurdo nenhum. O homem tem total direito de escolher quais aspectos a moça deve ter para se relacionar com ele. Assim como as mulheres recusam homens baseadas em exigências brutais que elas nos impõe. O homem não pode recusar uma mulher por causa do seu passado sexual; a mulher pode recusar um homem porque ele "não tem pegada", "não tem um bom papo", "não se veste bem", "não é inteligente", "não tem atitude" e etc.

Vi nas fotos da marcha um cartaz: "Nem puta, nem santa. Mulher." É mesmo? E se eu quiser te classificar como puta ou santa? O que vai mudar na tua vida, oh feminista forte e independente? Nada! Em outra imbecil estava escrito: "não sou fast food". É mesmo? E se eu quiser achar que tu é um fast food? O que vai mudar? Nada! É uma auto afirmação infantil. Até porque mulher alguma nunca foi impedida de ser vadia ou obrigada a ser um "fast food". Eu tenho total liberdade de pensar o que eu quiser sobre a tua pessoa.

Feministas têm grandes problemas em lidar com responsabilidades e consequências. Visto que é permitido à elas - e sempre foi - se relacionarem com quantos homens quiserem, a marcha gira em torno do que os outros vão pensar. Coisa de criança. Sinto muito, vadias, mas se vocês rodarem na piça da cidade inteira, homem algum vai valorizar e querer um relacionamento com vocês. Essa é a consequência de ser vadia; e vocês têm pavor da consequência. Querem fazer o que bem entenderem e querem ser aceitas por todos. Querem viver no mundo dos ursinhos carinhosos, onde os homens devem aceitar tudo de boca fechada e vocês podem decidir o que vão valorizar ou não em um homem. Querem se entregar para 10 homens por dia na balada e querem que apareça um paspalho algum dia para assumir um relacionamento sério. As coisas não são assim, vadias.

Agora, se vocês não se importariam em namorar um cara que já comeu as tuas amigas, não queira impor essa ideia aos homens. Se vocês valorizam o comedor, nós não valorizamos a vadia. Até porque, para ser comedor, exigi-se do homem muita coisa; o contrário que ocorre com a mulher que, para ser vadia, não precisa fazer nada.

Vadias, vocês são livres. Não há lei que as impeça de se relacionar com quantos homens quiserem. Chupem quantas pirocas quiserem e arquem com as consequências de ser rejeitada para namoro por conta disso. Ninguém é obrigado a te aceitar.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O homem que sofre, sofre silenciosamente


Já cansei de ouvir gente me dizendo que, se eu falar sobre suicídio, postar coisas negativas no meu Facebook ou qualquer outra forma de expressão de tristeza, depressão e vontade de morrer, eu assustarei e, consequentemente, afastarei as mulheres de mim. O engraçado é que quando é uma mulher que faz isso, CHOVE gente querendo ajudá-la, saber o que tá acontecendo, resolver o problema dela, fazê-la feliz, agradá-la e por aí vai.

O homem comum vive na depressão. O homem comum é invisível PRINCIPALMENTE para as mulheres. Quando esse mesmo homem comum expressa a sua tristeza seja lá onde for, ele acaba afundando CADA VEZ MAIS na solidão, justamente porque o sofrimento do homem é descartado, ignorando e considerado ridículo. Um homem deprimido causa repulsa nas pessoas ao seu redor. E não pensem que eu estou atacando somente as mulheres, pois a grande maioria dos homens também se volta contra esse homem deprimido e passa a evitá-lo e a ridicularizá-lo, muitas vezes usando como justificativa que “isso afasta as mulheres”. Ou seja, quanto mais triste um homem for, mais sozinho ele será.

Com as mulheres as coisas acontecem de forma diferente. Mesmo a mulher comum (a que não é famosa, rica, bem sucedida ou simplesmente linda) é paparicada e recebe atenção de todos. Isso já é percebido na infância. Quando um menino chora, ele é corrigido, insultado e encorajado a parar com aquele comportamento. Quando uma menina chora, logo os familiares correm pra ver o que aconteceu, abraçam, protegem. Quando crescem, as coisas continuam assim. Uma mulher que expressa tristeza e solidão logo terá um mar de homens disposto a dar amor, carinho, proteção, com o objetivo de tirá-la desse estado de tristeza.

Percebo que muitos homens não expressam a sua tristeza justamente pelo medo da repulsa que ele vai causar nas pessoas, mas, principalmente, nas mulheres. O homem sofre em silencio e aquele que ousar a compartilhar a sua tristeza estará destinado ao isolamento e a ridicularização crescente.

Vamos voltar para aqueles homens que dizem para o homem triste que aquele comportamento “afastará as mulheres” dele. Eles simplesmente não percebem o quão isso é prejudical para eles mesmos. Acabam contribuindo para a decadência do sexo masculino. Em vez de o homem ajudar o seu semelhante, ele prefere comprar o discurso de mulheres que ele nem conhece e humilhar e se afastar desse homem triste. Mais uma vez, por medo da opinião das mulheres. Como eu disse, esse texto não critica apenas o comportamento do sexo feminino, mas, também, o comportamento dos homens que, cegamente, castram-se, voltam-se contra o seu semelhante por simples e pura submissão ao sexo feminino e acabam por contribuir com o sofrimento solitário e silencioso do homem comum. Enquanto eles humilham o homem fraco e triste, paparicam e ajudam a mulher fraca e triste.

O homem é e sempre foi o sexo oprimido. Mas, justamente por ele não poder demonstrar sua depressão, fraqueza ou tristeza, acabou-se criando o mito de que as mulheres são oprimidas, pois elas, ao contrário do homem, podem e sabem como ninguém expressar suas fraquezas amparadas, também, pelos burros do sexo masculino. Quando um casal termina e os dois entram na depressão por causa do término do namoro, geralmente o homem continua sozinho e triste por muito tempo, enquanto para a sua ex namorada já estarão diversos homens dispostos a fazê-la feliz. O caso da depressão é apenas mais um de muitos exemplos que eu tentarei, na medida do possível, demonstrar nesse blog de como o homem é repreendido. É por isso que eu digo para as minhas queridas feministas: vocês não sabem o que é ser homem. E, se vocês pudessem viver por algumas semanas na pele de um homem, tenho a certeza absoluta que voltariam CORRENDO para a pele da mulher.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Fumantes são ridículos

Fumantes, em geral, são ridículos. São raros os que fumam por serem viciados. Esses raros, são os velhos. Eles têm todos os motivos para acabarem caindo na idiotice de fumar, pois cresceram em um ambiente onde não se tinha conhecimento dos malefícios que isso poderia trazer. Tubo bem. Esses eu deixo passar. Mas não deixo os jovens universitários. Sempre que estou tranquilamente sentado em algum lugar do saguão da faculdade onde estudo, seja lendo algum texto, ouvindo música ou simplesmente esperando o próximo período, sou interrompido por algum jovem que acende um cigarro e assopra aquela fumaça fedorenta. Por algum motivo, sou obrigado a aturar tal situação e, se eu reclamar, sou “grosso” e “estúpido”. Sou chato, dizem eles. Chatos e estúpidos são todos vocês que acendem essa imundice e me obrigam a respirar isso.
Além do mais, me impressiona a direção da faculdade - ou quem quer que seja o responsável por isso - não ter proibido o fumo no saguão. O lugar tem teto e, caso vocês sejam burros o suficiente pra não saber disso, a fumaça sobe. Ou seja, ela não vai embora com facilidade. Ela permanece ali por horas e todos nós que não fumamos temos de aturar o fedor inacreditável dos cigarros desses imbecis. No intervalo, a situação é ainda pior. O fedor é multiplicado. É um festival de fumaça. É visível como todos que fumam ali não apenas fumam; eles desfilam. Exibem o cigarro. Alguns nem tragam. É ridículo. Fico observando os que não tragam: as bochechas incham e eles assopram a fumaça o mais rápido possível. Os que tragam, escolhem o ponto mais visível da faculdade para que todos os vejam. Alguns até fazem pose quando largam a fumaça da boca. Pensam que estão sendo fotografados, que são personagens de algum seriado ou estão em um filme. E é justamente por isso que a cena se torna ridícula e não admirável como eles acham que é. Os homens pensam que são os cafajestes galanteadores com o charme do cigarro. As mulheres pensam que passam a impressão de fêmeas fatais. Pensam que assim estão sendo mulheres seguras e independentes. Não são.
O que acontece, então, comigo e com o restante dos não fumantes? Temos que sair do lugar onde estávamos. Como a fumaça contamina todo o saguão, apenas mudar de lugar não adianta. Tenho que sair do prédio. E se estiver frio? Ou chuvendo? Ou se eu quiser apenas sentar num banco? Não posso. Seja qual for a minha decisão, ficarei desconfortável para que o ridículo do fumante tenha todas as regalias e possa aproveitar o cheiro inaproveitável do cigarro. Percebendo essa situação de histeria, pergunto: que lógica é essa? Não teria que ser o contrário? Aquele que quer fumar é quem deveria sair do prédio, ou seja, ir para o desconforto, pois é ele quem atrapalha o estado natural a sua volta. É como eu acender cordões de fedor no meio de todo mundo e, caso alguém venha reclamar - o que é muito provável -, eu argumente que gosto daquele cheiro e alegue que é um “direito meu”, como alguns desrespeitosos dizem. Que direito é esse? Fumar? Quer fumar? Lá na rua. “Ah, mas tá frio”. Que frio, safado? Tu não é o fodão viciado em cigarro? Que vício é esse que desaparece por causa do frio? Por qual motivo os meus cordões de fedor seriam reprimidos, mas não o cigarro de vocês?
Não me importo se o cigarro faz mal a saúde de vocês. Para mim, isso é algo positivo. Essa não é a minha briga. A minha briga é pelo meu sossego. É obrigação da universidade proibir cigarros dentro dela. E não importa se o saguão em questão - o da faculdade onde estudo,- é aberto. Ainda assim, esse local é configurado como parte integrante do prédio, portanto, como em todos os prédios, qualquer atividade voluntária que gere desconforto ou, como no caso, danos a saúde de quem quer que seja que ali estiver, deve ser proibida. Alguém deve tomar providências para que se instale o “proibido fumar” e faça com que os fumantes fumem apenas na parte de fora de qualquer dependência da universidade. Na verdade, o ideal seria a construção de uma caixa onde apenas lá seria permitido fumar. Isso mesmo. Trancafiados, tendo toda a sua adorável fumaça apenas para si. Será que os fodões dependentes de nicotina aceitariam? Duvido. Não teríam como se exibir para os outros. Mas, se isso fosse feito, enfim, eu teria paz. Porém sei que é um tanto quanto radical. Sou compreensívo. Podem fumar. Mas lá fora. Longe de mim.